quarta-feira, 22 de maio de 2013

SENHOR


Se ainda não fosse ateu, agnóstico ou algo que nem sei
Se ainda não estivesse de joelhos
não pela reza, mas pelas condições de vida
Se não visse a eterna guerra santa
Que de joelhos deixam teu nome em vão
Frente à guerra midiática de campos de controle e concentração

Peço que haja ainda um momento de clarividência
Aos encargos políticos de difícil decisão que
Tornem-se apenas justos pelas vistas da necessidade humana.
Peço, Senhor, que diga
Apenas uma palavra frente as greves professorais
Um sinal rente aos mendigos abandonados
Conexão de fibra ótica para mulheres vendidas na turquia
Que encontram o amor de suas vidas frente ao desespero
Do horário nobre.

Senhor, não nos deixe cair em baixas frequências da televisão.
Evite a confusão da informação
Se aumenta, se abaixa? Importa?

Que sejam todos possíveis de ter não apenas a crença
Mas também o pão.
Não apenas o circo, mas também o cão.
A mulher do pecado que aqueça o pé
E o cobertor que esconda a libido
Com teto sobre a cabeça
e não sob o minhocão.

O fim da ignorância da fome da conscientização
Extinguir o domínio de qualquer forma de vida por outra
Se mostre, Senhor, pelo fim da ditadura
Pois por aqui ainda não se escuta.
Nem vossa fala, tampouco a nossa
Quando tudo que se pede é alimentação.

Senhor venha a vós a sua vontade.
E que esta seja
a Continuação da humanidade.

(Zeca Rodrigues)

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