segunda-feira, 22 de julho de 2013

SENTIMENTOS AOS VENTOS



Preparação de filme: Luvas, fones, postura na cadeira, altura da mesa. O foco ou a dispersão com função de esquecimento que se quer lembrar rever, em tempo desesperador, de passos lentos. Invenção estúpida este calendário que destrói o romantismo que nunca havia sido exatamente abordado como tal. Ausência e falta do então, agora amolecido coração, que rijo impedia coração estúpido de ser sincero. Causa do medo da percepção repentina onde o antigo já não serve. A corda bamba das emoções na dúvida da reação sincera ou necessária refaz passos adolescentes de frio no estômago corrompido por culpa de ausência quando ainda tu estavas presente. Poucas palavras na escuridão que se perdem por recepção ausente. Lágrimas correm sem destino, pois são feitas para serem vistas e não há vistas que as vejam. Ainda assim, divina mão de nascimento no século vinte deste que vos fala, pois em outros tempos, sem o contato diário, digital ou sonoro, visual ou analógico, não se aguentaria vivo o necessário, temporário e demorado distanciamento que, entre bytes e bits, é resumido pelas ondas de longo alcance. Na solidão de tantas horas, amo. E não diminui tal sentimento, apenas aumenta. Um amor, que de tão grande será, após a volta, enlaçará para o resto da vida. 

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