sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O acaso do caso.

A ideia é não parar de escrever. Manter o blog em funcionamento obriga minhas ideias serem direcionadas para um público específico que eu não conheço que nem sei se existe chamado internet. Mas estamos aqui. Continuamos firmes que nem "prego na areia" como disse agora pouco um colega meu no horário de almoço. Talvez hoje, minha maior realização, seria se esse colega chegasse para mim em alguns minutos, ou dias (o mais provável seria meses ou anos) e disesse, - "Bacana, vi minha citação no seu blog, e você me plageou, mas disse que era minha...". Quase como o "rouba mas faz" do Maluf há algum tempo atrás, ou minha frase preferida, também do citado ex-prefeito: "estupra, mas não mata!", dito como um pedido à sociedade babilônica. De qualquer forma, sem entrar nos meandros da política, vivemos ainda na sociedade em que política, futebol e religião (ou gosto) não se discutem. Por que será? frutos da ditadura? Acredito que sim... Naquela época, discutir política acabava em morte, hoje ainda é um pouco assim, só mudou a configuração da morte... o inquisitor morre para a sociedade, morre sem emprego por ter uma visão de mundo política, morre de fome (metaforicamente, pois no país ninguém morre de fome, graças ao bom prato e milhares de pessoas caridosas que distribuem sopas debaixo dos viadutos uma vez por semana, ou a quantidade de comida que pode ser encontrada nos lixos). Se discutir futebol, que é o que mais se discute, aí a morte é certa... pode-se até discutir, mas tenha-se certeza de que a pessoa escolhida para a discussão é conhecida e não vai assobiar para uma turma da torcida organizada que está escondida no muro da esquina. Eu por exemplo além de ser santista (deixei de ser roxo, azul ou amarelo) me tornei paranóico, quando entrei num ônibus por volta dos meus 15 anos, que estava vazio; ao parar no ponto seguinte uma multidão de são paulinos invadiu o ônibus e gritavam e balançavam o ônibus de tal forma que eu tinha certeza que eles iriam descobrir que eu era santista pela minha carteirinha de santista (falsa) dentro da minha carteira no meu bolso. Desci do ônibus impressionado, o mais rápido possível, sem nem saber aonde estava, mas também tentando não levantar suspeitas do motivo que estava me levando a sair dali. Comprovado. discutir futebol pode levar à morte também. Religião então... se não leva à morte, pior, leva ao estado que você estará depois da morte. Quem deseja estar no inferno após a passagem na Terra ou quem acredita ser já esta passagem o próprio inferno, ou quem acredita que a vida é o próprio paraíso, tudo depende na verdade da condição econômica, ou como os antigos gostavam de classificar, em que casta se nasce e não nos iludamos, ainda é praticamente impossível mudar de casta. Claro, dá prá descer muito fácil. Subir honestamente é que é complicadíssimo. Mas o que há de tão importante em subir de castas se a vida é finita para todos da mesma forma? Esse tipo de questionamento já matou milhares de pessoas (de forma não natural) e apenas sei que não quero ser mais uma. Outro dia, ouvi de uma amiga que maturidade é se conformar com o que se tem materialmente. Me pareceu apenas uma forma de controle. Mas, engraçado, uma forma de controle espiritual, parece que nesse sentido as coisas estão evoluindo.
Gostaria de escrever mais do que penso, e fazer um exercício interessante, escrever o meu pensamento na íntegra, sem seleção, como ele viesse à minha cabeça, pois já nós mesmos nos censuramos por regras da sociedade, já pensamos quem vai ler, e se pensarem isso, ou aquilo, melhor isso não, ou aquilo, vou colocar uma vírgula aqui para entenderem melhor assim ou assado, então vou deixar aqui um prenúncio uma célula do próximo post, será um vômito de sinapses apenas isso. Não se assuste, leitor (se é que existe algum) se ao entrar nesse blog no próximo post e não entender nada. Por hoje deixemos apenas como aquecimento.
Um abraço.

4 comentários:

Lé Zurawski disse...

Gostei, Zeca!! Aguardo, então, o próximo post: Vômito Sináptico!!

Leandro Krug Libano Batista disse...

Feliz de ver vc por aquí... sei que nessa alma tem muita coisa pra sair! Aguardo posts!

boyago disse...

Zéca is a genious, sensível cheio de talento grande amigo, gostei do desengasgo, Abração!!!

Gil Teixeira disse...

"Gostaria de escrever mais do que penso, e fazer um exercício interessante, escrever o meu pensamento na íntegra..."
Como escreveu o Zé Antônio: "... mas esbarro na língua manca..."

Beleza, Zeca. É um barato quando conseguimos identificar nossos demônios e lutar frente a frente em quase igualdade de condições.
Um abraço muito fraterno desse velho aqui!