quarta-feira, 18 de abril de 2012

SEXO

Disseram-me que para se ter acessos em um blog, coloca-se a palavra “sexo” no título de uma postagem, por ser esta a palavra mais pesquisada no google. Ao saber disso, dialético que gosto de ser, disse à minha informante: “escreverei um post com o título ‘sexo’ mas sem falar nada sobre isso. Nem citarei ao longo do texto!”. E mesmo já a tendo citado três vezes até o momento, qualquer pessoa que tenha entrado nesse blog com essa busca, se sentirá minimamente desiludido, se não, para melhor dizer, brochado... por mais que eu mude o contexto das frases até o final, não estaria falando de sexo da forma que um usuário do google buscaria. Mesmo que eu começasse a realmente falar de sexo, ou de experiências sexuais. Ainda assim estaria com certeza longe do objetivo do tal pesquisador. Respeitando minhas próprias fantasias, também eu não pararia para falar sobre pornografia e nem acredito que eu teria essa capacidade de trazer experiências sexuais às palavras.

Invertamos então a filosofia. Penso, pois como ser humano, ainda que por um breve tempo, existo, o que me deu na cabeça de colocar “sexo” no título desta publicação apenas para ter mais acessos. Que tipo de escritor prepotente imagino que seja eu para querer colocar o assunto mais buscado da net, apenas por promoção. O que teria eu a dizer afinal se nem em relação à isso eu teria? Essa questão me leva a perguntar diversas coisas sobre mim mesmo. Em primeiro lugar, a questão de ser ou não escritor, pois apesar de não ter estudado para tal função dentro da sociedade, me sinto confortável ao expressar-me pelas palavras, desde muito pequeno, naquela época quando escrevia apenas para mim, às vezes sobre um sofrimento exagerado de uma paixonite. Depois passei a escrever minhas ideias revolucionárias, fase adolescente, quando acreditei que podia mudar o mundo, antes de perceber que estava sendo engolido por ele no meio de rodinhas de bar, e eu não fazia na verdade nada.

Na faculdade encontrei minha função na palavra. O cinema. Pode parecer estranho que cinema e palavra estejam juntos dentro da mesma funcionalidade, e mesmo dentro da minha graduação escutei a terrível frase: “teatro é texto, cinema é imagem”. A necessidade de expressar as minhas opiniões não era através da escrita, mas essa sim se tornou uma ferramenta para a minha paixão maior, a imagem e, principalmente a imagem em movimento. Escrever passou a ser motivo de necessidade para conseguir transformar pensamento, opinião e discurso em movimentação. Não só a linguagem técnica do roteiro, ou a criação narrativa do argumento, mas na criação de um personagem necessita do estudo social deste que define seu estilo oral, a descrição de situações necessita de clareza de ideias; e para que se agite a mente no sentido criativo, é necessário que se entre também algumas outras ideias de outros tantos literatos.

Talvez esse blog mude um pouco então de textos gerais, para textos cinematográficos. Só não sei se conseguirei com o tema proposto, atrair mais leitores que busquem sexo e se interessem por cinema.

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