sexta-feira, 13 de março de 2015

Posições e posturas




Sem saber como se posicionar? Tente essa: de quatro enquanto uma grande águia está por trás apenas esperando para descer de seu primeiro mundo e devorá-lo(a) de todas as formas conhecidas e algumas que serão, também, novidade. 

Analisemos rapidamente "a parada". Que de bobo só tem o povo e, penso por que tal massa seja ignorante desde a idade média, ou Jesus, como ser inteligente em massa? Seria impossível ter uma ideologia única, algo realmente unificador? 

O início do pensamento é esse: os pensamentos se individualizaram cada vez mais. Engraçado dizer isso sempre que ouvi dizer de meu pai e, realmente apenas hoje, entendo o real significado. 

Então que um ator vai ali e fala um absurdo, uma postagem sobre um movimento daqui, um impeachment impossível de ser realizado acolá e uma manobra muito próxima do golpe de estado governo JG nos anos 60 me dá o start, a necessidade de escrever algo, escrever o que eu penso, o que eu acredito, o que eu acho certo. Mesmo sabendo que o que desejo escrever seja sobre os individuais quereres, aponto sobre mim primeiramente o dedo do meio. 

Pois que se convenha de uma vez, dentre tantos interesses, qual é o certo? Acúmulo de capital, garantir as gerações seguintes? Dividir o pão ainda que quem o fabrique ganhe mais do que quem come? Assistir a novela ou o futebol e talvez encher a cara de sua mulher de porrada por causa da discórdia? Inscrever um nome (que apenas outros de nossa espécie nos reconhecem) em um tempo-espaço tão minúsculo que faz Einstein sentir vergonha de ter descrito a teoria da relatividade? E ainda, por que estariam os outros errados ao quererem tais conquistas que me parecem execráveis? Afinal, hoje duvido de meus pensamentos, hoje me duvido, me exponho, me conheço, pois também existe em mim aquela pequena corrupção, aquele momento também de escrotidão e desejo de continuidade da espécie em berço esplêndido (preferencialmente de ouro). 

O mundo "vive" um choque de tribos que não deixaram de crescer desde o dia "1" de existência. E que encontrou na invenção da rede social uma sala lotada de gente de fácil manipulação. Gritos de todas as lamúrias, agonias e pensamentos. Imagine a velocidade das postagens de uma rede social com 500 participantes. Imagine tais participantes em uma grande sala física, falando de mais diversos assuntos sem saber se alguém os escuta, ouvindo música, conversando paralelamente, dando presentes, felicitações de aniversário, jogando jogos, gerando movimentos, conflitos, colocando a maioria contra a minoria e vice-versa. Isso é para mim a atual configuração de uma grande rede social: um governo anarquista, virtual e completamente desorganizado. De repente aparecem duas correntes fortes, através da força do dinheiro, ambas sujas e ambas culpando a outra, ambas pensando em suas únicas e exclusivas necessidades.

Quando tantas culturas e formas de pensamento passam a se influenciar, a se misturar, a invadir o espaço (físico e virtual), como então definir o que é certo e o que é errado entre tantas beneficies e condenações de todos os lados? Pela águia que atenta espera sua nova posição, o que importa é que alguns poucos vivam bem. Muito bem. Seres "livres" dentro da sua escravidão comercial. Para algumas partes do lado que já foi chamado de oriente como algo elogioso, o que importa é sustentar uma memória falida, de tornar o grande herói da humanidade, inscrever na história suas aquisições lutas e orgulho pela morte. Em outras partes daquele lado (aquilo sim é uma zona), crianças (que tiremos o caráter romântico da pouca idade mas coloquemos o conceito da impossibilidade de auto-defesa) são assassinadas e suas cabeças cortadas divulgadas via internet. [Ta aí uma invenção útil à guerra covarde do oriente médio por um pedaço ridículo de terra que na verdade não pertence a ninguém.]

Todos porém, acreditam realmente em suas filosofias e quem sou eu para negar-lhes a crença? Convenhamos, as minhas apenas são minhas, nada mais. O que as difere de quem acredita que a vida não vale nada, enquanto para mim nem vale nem "des"vale ou pra outro vale mais do que a sua própria?

E aí tem também os bananas. Sim, não somos os macacos, somos os bananas. Macacos balançam-se em cipós, são fortes, libertados sexualmente, inteligentes e, normalmente quando não estão depredando Nova Iorque (em algum filme cuja produção resolve o problema da fome de um país  do continente africano), dormem bastante e tem uma vida de dar inveja. Nós nos enfiamos em nosso trânsito, depois em um prédio/casa, para depois sair para o trânsito e voltar para outros prédios/casas para dormir e começar tudo novamente no dia seguinte. Matando a nós mesmos e ao ambiente ao nosso entorno. Bananas. Alguns são bananas mais bem acondicionados, outros entregues à podridão pelos outros bananas. Mas o pior banana é o que deseja isso para sua vida com mais frequência.

Mais outra frase de papai que, parodiando Brecht, me dizia aos 12 que o homem foi feito para cagar, comer e trepar. Essas aspirações históricas, de acúmulo de propriedade (um conceito completamente imbecil dado que somos parte todos de um mesmo algo que ninguém até hoje claramente entendeu), ou fama eterna (malditos gregos! não sabiam que o universo tem bilhões e bilhões de anos), ou lutar e matar em nome de um ser imaterial, inexistente para se agarrar à necessidade de não ser nada, não passam de ridículas suposições em um mundo que apenas existe para nós, que uma outra forma de vida e inteligência nem é possível ser imaginada dentro de nossa limitada mente. 

Coloque-se o justo na mesa, em qualquer parte do hemisfério. O que é para um deveria ser para todos, obviamente se pesca, ensina-se a pescar e pesca-se junto. Ciclos que deveriam passar por idades e não especializações (tribos funcionavam assim por séculos felizes, não?), conhecimentos mais simples e mais diretos sobre a sobrevivência hoje e continuidade da espécie para daqui a 50 anos. Porque, vamos combinar, as soluções estão aí! Momentos de inteligência real humana. Temos sim a possibilidade da reversão da imagem de um ser que vive como um vírus uma célula do universo. Temos sim a consciência em alguns de uma radical transformação necessária para aumentar a sobrevida de nós mesmos (isso não é absurdamente lógico?), mas dentro da regra mundial, o que garante que estejam certos?

Felizes são os animais e plantas que vivem com a consciência tranquila por não se destruir, por não destruir seu próprio habitat, por não viver com essa sede de ser eterno. Para mim não há nada mais egoísta e sem sentido, mas se sou só eu, podem me crucificar porque dentro na minha partícula-consciência de partícula, conscientemente de quatro não ficarei.

Ah... eu estava falando do golpe. Stay tunned!

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